Alerta

Rio um riso bobo. Lembro quando estava em sua posição. Os personagens dessa história são diferentes, mas o caráter é o mesmo. Observo teus relatos de longe e me indago se tu já fizestes as questões que eu deveria ter feito a mim mesmo à época, mas que só hoje sou capaz de formulá-las. Quando tu o abraças, acreditas nas mentiras que contas? Confia teu bem nas mãos deste que te apresenta o nome, mas não a história? Não revele a mim, se assim desejar. Sussurra as tuas respostas em segredo a ti, mas escuta-as verdadeiramente. No âmago do teu desejo de que o peito alheio lhe cobrisse mágoas anteriores, chamasse o estranho de amor.

As viagens de braços dados, que resultam em fotos apaixonadas, são ótimos filtros que te cobrem da realidade. Esse que te toma pelas mãos e bebe de sua devoção em um beijo lava os lábios em outros. Esse que te olha nos olhos é o mesmo que te venda para o ridiculamente óbvio. E você, ingênuo, o tremula pelas ruas com o orgulho dos mais puros.

"Se o que me é estranho não é amor, o que seria então?", poderias me retrucar. Respondo com clareza: é psicopatia. É ver graça naquele que lhe louva. É sentir o poder na força que o pé do soberano exerce no vassalo. Você é apenas o trampolim para o próximo coração a ser manipulado.

Conte suas bênçãos enquanto elas existem. Se olhares mais de perto, se transformarão em farsas.

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