Santa's stories - ABC
Realmente. A verdade sempre esteve escrita na metáfora mais racional possível - e que, ainda assim, tange o subjetivo e o abstrato. Não importa a ordem da soma, o resultado é sempre o mesmo. Eu não me lembro como nos adicionamos. Poderia ser numa terça a noite ou numa manhã de feriado que resolveu cair em um sábado. Eu não lembro se te vi em dia de sol, de chuva ou se minha visão estava nublada demais para notar que não havia lógica em continuar buscando resolução para esse problema - você. Na tentativa de entender a razão dos meus sins e dos teus nãos, multipliquei meus sentimentos por meio de palavras, derivando em equações textuais completamente irracionais. Aqui, toda Exatidão abre espaço à minha Humanidade.
Sangrei o branco dos rascunhos com a tinta da caneta e o branco dos pixels com Times New Roman. Certamente não fiz isso por vaidade a literatura ou a norma culta (a minha pobreza inculta só encontra a luxúria na tentativa ingênua de aliterar ou metaforizar). Fiz isso porque precisava dissecar a mim, com meus sentimentos, e a ti, com tua distância. Se não podia escrever para ti, escrevia sobre ti. Porém, aprendi, depois de tantas páginas viradas, que quem escreve do outro nunca escreve sobre o real sujeito da frase. Explico:
Nunca escrevi sobre ti. Tudo, todas as verdades e mentiras, em todas as narrativas, nunca foram tuas. E, mesmo que te descrevesse, que colocasse teu nome, CPF ou que te entregasse o documento em mãos, nunca teve sequer vírgula que te pertença. E se procurar em todos os meus livros, não encontrará autoria que prove que era de você sobre quem falava.
Pois quando te colocava em minhas escritas, revelava mais sobre mim do que sobre você.
Pois quando te colocava em minhas escritas, revelava mais sobre mim do que sobre você.
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